Dia internacional da mulher! Muitos criticam, considerando que o dia da Mulher não é apenas um dia do calendário, mas sim todos os dias, visto que sendo principal em tudo o que faz, Ela mereceria ser homenageada continuamente. Contudo, o significado deste dia remete à luta histórica de muitas mulheres que ao reivindicarem por melhores condições de trabalho e salários, foram fortemente reprimidas, terminando mortas, em prol da continuidade dos sonhos de muitas outras que possuíam o mesmo ideal.

São inegáveis as conquistas empreendidas pelas mulheres, sobretudo nas últimas décadas. A mulher chegou a ocupar posições antes jamais pensadas para este gênero. Conseguiu demonstrar que por meio de tantos predicativos da família dos “ades”, docilidade, fragilidade, cordialidade, sensibilidade, entre outros, herdados desde a sua condição de “princesinha do papai”, também impera a assertividade, a racionalidade, a combatividade, entre outros atributos até então demarcados como essencialmente masculinos. A mulher que os externasse seria estigmatizada como “mandona”. Atualmente, entendemos que a mulher é capaz de apresentar qualquer característica, não havendo predileção de comportamentos por gênero.

Uma mulher é capaz de “ferir e curar”. E neste movimento, a mulher segue a delinear a sua imagem, cada vez mais forte, no mercado de trabalho. Nota-se, entretanto, que ainda são poucas as mulheres que conseguem chegar aos cargos de gestão sênior, considerando as desafiadoras escolhas que necessitam empreender: sucesso profissional x realização pessoal. Lidar com o sentimento de culpa por lançar-se avidamente ao trabalho e não conseguir dedicar a atenção almejada à família é algo que fomenta a insegurança das mulheres que pretendem ocupar cargos de gestão e os desafios que se apresentam.

É preciso considerar o sonho e aspirações de cada uma, que não se pode ser a Mulher Maravilha em todos as esferas da vida, que ser a melhor no que faz, deve estar coerente com os seus valores e com suas próprias expectativas do que é este ser melhor e aonde, de fato, almeja chegar, seja no âmbito doméstico ou público. Pois ao buscar cada vez mais corresponder ao que é externo, as mulheres se distanciam de si mesmas, e acabam perdendo de vista seus referenciais. Compreender que as diferenças de gênero existem, e muitas vezes, se complementam, é uma das possibilidades para se viver em harmonia com a marca forte que imprime a cada dia no mercado, fragilizando de modo crescente os grilhões do preconceito que ainda se direcionam a si.